Os pôsteres de Jules Chéret e a criação de les chérettes
Por TNB.studio | 11/08/2020 | GeralProduzido quando Jules Chéret estava no ápice de sua carreira como artista de posteres, “Fleur de Lotus” anuncia uma pantomima de balé realizada em um popular café parisiense, Folies Bergère, que era famoso por suas bailarinas e pelas performances exuberantes da dançarina americana Loïe Fuller. Como seu artista favorito, Chéret produziu cerca de 60 posteres para a companhia, que, nos anos 1890, também estava no auge de seu sucesso.
Chéret foi pioneiro no uso da litografia colorida para a produção de cartazes, continuamente refinando o processo e experimentando novas técnicas. A partir dos anos 1890, ele começou a contornar muitos dos desenhos em azul, eliminando a necessidade do uso de tinta preta, o que resultou em uma aparência mais sutil e reduziu o número de vezes que o cartaz passava pela prensa.
Independentemente do tema, seus posteres desta época exalam um ar de alegria, invariavelmente expressado pelas mulheres glamourosas conhecidas como “les Chérettes”, embora a figura neste cartaz provavelmente tenha sido baseada na dançarina principal do show Fleur de Lotus.
O efeito geral da pintura foi alcançado com tons sutis de lavagem e uma técnica de respingos controlados conhecida como “crachis”, enquanto as letras expressivamente desenhadas do título, posicionadas em ambos os lados dos braços levantados da dançarina, acrescentam à simetria do desenho.
Chéret desenhou mais de mil cartazes durante sua carreira como um artista de posteres, que foram ansiosamente aguardados pelo seu público parisiense. Um escritor do século XIX descreveu Chéret como “o pai do poster pictórico”, e o pintor Edgar Degas referiu-se a ele como “Watteau de la rue” (Watteau da rua, em tradução livre), em alusão à influência do artista francês rococó do século XVIII nos trabalhos de Chéret.
Chéret, por sua vez, teve uma importante influência em artistas posteriores, como Pierre Bonnard, cuja mulher efervescente no cartaz de propaganda “France Champagne” (1891) claramente se assemelha a uma Chérette.
A criação de les Chérettes e o Folie Bergère
Jules Chéret (1836-1932) foi um pintor e litógrafo francês que se tornou um renomado artista de pôsteres, criando cartazes para teatros, festivais, rótulos de perfumes, cosméticos, bebidas, sabonetes e produtos de perfumaria. Em geral, utilizava em suas obras figuras de mulheres livres, alegres e elegantes que retratavam a atmosfera de Paris na época.
Com a popularização de seu trabalho, as figuras femininas de suas obras passaram a ser conhecidas como “les Chérettes”, pelo seu espírito livre e representação mais próxima à realidade. Até então, as mulheres eram retratadas na arte como prostitutas ou santas, enquanto nos cartazes de Chéret elas apareciam dançando, bebendo, andando de bicicleta e fazendo outras atividades comuns.
Alguns de seus cartazes mais famosos foram feitos para espetáculos do Folie Bergère, um cabaré que se tornou um símbolo da vida parisiense. As apresentações geralmente incluíam balé, acrobacias, operetas e pantomimas, com muitos efeitos especiais. Os shows eram frequentados pelos principais artistas e escritores da época, como Édouard Manet, que retratou o local na pintura “Un bar aux Folies Bergère”.
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