Jules Chéret e a litografia moderna
Por TNB.studio | 16/06/2020 | GeralEste poster de Jules Chéret, um dos primeiros produzidos em sua longa carreira como artista, marca o nascimento da forma do poster pictórico que iria entrar na moda na Paris do final do século. Ao libertar a litografia colorida de sua reputação como um processo utilizado principalmente em produção em massa para torná-la um meio criativo e artístico, Chéret estabeleceu uma nova referência em design de posteres para os outros seguirem.
Quando era muito novo, Chéret foi aprendiz de litógrafo e em 1858 recebeu uma comissão para desenhar um poster para a ópera de Jacques Offenbach, Orphée aux Enfers (Orpheus and the Underworld ou Orfeu e o Submundo, em tradução livre). Oito anos depois, com a ajuda do fabricante de perfumes Eugène Rimmel, para quem ele produziu rótulos decorativos e folhetos, Chéret estabeleceu sua própria gráfica em Paris, produzindo posteres para o teatro, ópera e fábricas.
Em 1974, ele desenhou um segundo poster de Orphée aux Enfers para uma peça no Théâtre de la Gaité, que Offenbach adaptou da ópera original. O verso do poster mostra os personagens principais em um enquadramento que simula um quadro, desenhado com uma linha preta no contorno e destacado na cor vermelha. O estilo é reminiscente do trabalho de Alfred Grévin, que ficou conhecido pelos seus desenhos e pinturas populares da vida parisiense.
O meio litográfico do poster recebe as letras do título e do nome do compositor, com seus contornos desenhados à mão livre e efeitos de sombra, uma liberdade que não tinha precedentes na tipografia publicitária contemporânea, o que contrasta com o tratamento mais contido do restante do texto. O domínio de Chéret do processo litográfico impresso também melhorou sua capacidade de capturar a alegria e o movimento dos dançarinos e atrizes que seus posteres teatrais anunciavam.
Seu trabalho teria uma profunda influência em muitos artistas da época, incluindo Degas e Seurat, além de inspirar Toulouse-Lautrec para experimentar a arte do poster nos anos 1890.
O pai do poster moderno
Jules Chéret (1836-1932) morou na Inglaterra e na França e ficou conhecido como “o pai do poster moderno”. Seus desenhos estavam presentes em posteres de teatro, festivais municipais, rótulos de bebidas, perfumes, sabonetes, cosméticos e produtos de perfumaria. Ao combinar imagens com cores vivas e textos curtos, seus desenhos atraíam a atenção das pessoas e causavam um impacto que o tornou bastante conhecido na época.
Foi durante seu período em Londres que Chéret estudou litografia e aprofundou seu talento e conhecimento na área, trabalhando como ilustrador na Cramer and Company. Ao buscar inspiração nas artes plásticas, e não apenas na litografia, o artista se aproximou do design de cartazes e começou a especializar-se.
Ao voltar para Paris e criar sua própria empresa, Chéret utilizava muitas personagens femininas em seus trabalhos, retratadas de maneira colorida, elegante, divertida e feliz. Dessa forma, se afastou da perspectiva tradicional que ilustrava as mulheres apenas como prostitutas ou santas. Ao retratar a libertação feminina e o estilo de vida animado da época, o artista mostrava as mudanças da sociedade parisiense e, com isso, suas personagens ficaram conhecidas popularmente como “Cherettes”.
Com sua arte litográfica, Chéret mudou o cenário da arte parisiense e inspirou inúmeros artistas da época a investirem na produção de cartazes e também a buscarem novos olhares sobre o mundo ao seu redor.
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