Design kitsch: quando a cultura se tornou consumo
Por TNB.studio | 12/06/2015 |
Design
Ascensão da burguesia e Revolução Industrial inspiraram o design kitsch em 1890.
O estilo kitsch criado devido a ascensão da burguesia, e também da Revolução Industrial, com a produção de produtos em massa, divide opiniões entre designers, profissionais e estudiosos da arte. A palavra kitsch, com origem alemã descreve o termo ‘’kitsch’’ como algo de mau gosto, um conteúdo direcionado ao apelo do gosto popular.
No Brasil, a palavra adquiriu o significado de ‘’cafona’’ ou ‘’brega’’, principalmente em relação a objetos com coloração ou formato exagerado, com vários acessórios não necessariamente funcionais ao produto. Também se refere a objetos com pouca qualidade estética, sem autenticidade e até considerados sensacionalistas.
O termo se justifica, principalmente, porque com a Revolução Industrial, a arte e a cultura começou a ser consumida e produzida em larga escala para atender a demanda da cultura de massa. Para o professor de design Abraham Moles, escritor do livro''Kitsch: a arte da felicidade'' , o fenômeno baseia-se em uma civilização que cria para consumir, ou seja, nesse ponto a cultura se confunde com o consumo.
Nesse ponto, as opiniões se divergem, enquanto alguns pensam que o kitsch não passa apenas de uma cultura de massa e de ‘’mau gosto’’, existem aqueles que defendem que o fenômeno Kitsch é um movimento complexo com responsabilidades éticas e sociais.
A própria cultura de massa, é tratada de forma pejorativa, considerando o fato de que arte antes era um privilégio, se tornou ao acesso de todos. Pessoas que antes não tinha voz, passam a te poder de decisão, não só no âmbito social e artístico, mas também no debate político.
Ao mesmo tempo que alguns saem em defesa da cultura de massa como uma forma de liberdade, direitos humanos e liberdade, outros ponderam que é uma forma de decadência cultural, vulgaridade e destruição da sociedade.
De qualquer forma, sendo a opinião positiva ou negativa, o kitsch possui a função de um processo de aprimoramento da experiência estética, assim, quem consume o design, sendo ele kitsch ou não, possui a responsabilidade de decidir o que é de fato ‘’bom gosto’’ ou ‘’mau gosto’’.
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